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5 perguntas para Tarcísio Vilhena Filho, General Country Manager da ERBA Diagnostics Brazil

O mundo mudou. A pandemia global de Covid-19 acelerou a demanda por tecnologia laboratorial e desafiou a capacidade de diagnóstico clínico, já que a dinâmica da resposta de produção de anticorpos durante os diferentes estágios da infecção varia bastante de um indivíduo para outro e ainda não está totalmente estabelecida. Em meio a este cenário sem precedentes, a Erba Diagnostics Brazil se adaptou e, passado o momento mais crítico, está ampliando sua atuação para todas as regiões do Brasil.

Tarcísio Vilhena Filho, General country manager, falou com exclusividade para a Revista NewsLab sobre os desafios e aprendizados de 2020.

 

Quais foram os principais desafios enfrentados por laboratórios de análises clínicas diante da forma como a pandemia do coronavírus se desenvolveu no Brasil?

A redução abrupta do volume de testes dos laboratórios, forçando alguns a desligarem parte de seus equipamentos ou até mesmo a encerrarem suas atividades, mesmo que temporariamente.

 

Com mais de 4 milhões de casos de Covid-19 confirmados no Brasil e apenas 6,3% da população brasileira tendo sido testada (dados IBGE), a testagem em larga escala continua sendo um pilar fundamental do controle da pandemia. Como os laboratórios devem se preparar para atender essa demanda?

Grande parte da população brasileira não terá acesso à testagem, principalmente porque o governo não se aparelhou devidamente ou não adquiriu número necessário de testes para aplicar na população. Como forma de identificar e separar o número da população já infectada e não infectada, a melhor estratégia é a aplicação de testes sorológicos com alta especificidade e sensibilidade. Os diversos laboratórios de todo o país poderiam ser um elo de conexão entre a população e os governos regionais ou municipais, ao oferecerem tais testes.

A metodologia Elisa, conhecidamente mais eficaz que os testes rápidos, mais barata e de fácil aplicação pelos laboratórios, poderia ser amplamente utilizada se houvesse uma boa articulação entre os setores público e privado. Os laboratórios de menor porte distribuídos por todo o país teriam capacidade e capilaridade muito mais ampla para a testagem da população brasileira, se ofertassem amplamente a metodologia ELISA.

 

Agora que a fase aguda da Covid-19 tem dado sinais de que está passando, os laboratórios terão um papel importante em relação à saúde da população. Concorda que o momento será de buscas por exames clínicos?

Definitivamente! A busca pelos exames se dará não somente por essa necessidade de testagem ou identificação daqueles que já se infectaram como também pela forte demanda que foi reprimida no período do isolamento. Sejam pelos testes de rotina que não foram realizados, pelas consultas que foram postergadas e pelas cirurgias eletivas que também foram adiadas. Além disso, a população já infectada deverá passar por uma maior rotina de testes clínicos para avaliação de possíveis sequelas causadas pela.

 

Qual o papel dos Laboratórios de análises clínicas em relação ao atual cenário de valorização crescente da medicina baseada em evidência? E neste sentido, qual a importância do investimento em novas tecnologias?

Se comparado à evolução do número de exames solicitados pelos médicos nas últimas duas décadas por cada paciente consultado, é notório o crescimento. Isso significa que os testes diagnósticos são cada vez mais utilizados para embasar a medicação ou os cuidados do paciente.

Além dos testes para diagnosticar doenças ou problemas associados à saúde, a tecnologia está permitindo que o diagnóstico também seja aplicado para a finalidade preditiva. Hoje, é enorme a quantidade de marcadores que já conseguem predizer a pré-disposição do indivíduo em desenvolver uma doença ou até mesmo de auxiliar no medicamento que será mais eficaz no tratamento de uma doença, em função das características de cada indivíduo.

 

2021 nem chegou e já está carregado de expectativas. Qual a sua leitura do que podemos esperar do próximo ano?

O próximo ano ainda deverá ser afetado pela Covid, até que haja uma vacina mais definitiva. Basta olharmos para Europa e Ásia para entendermos que o Brasil também passará pela 2ª ou 3ª onda. No entanto, não resta dúvidas que 2021 será um ano muito melhor que 2020. Mas ainda temos que nos precaver para podermos ter uma previsão minimamente assertiva para 2021.

 

Leia na íntegra a edição 162 da Revista Newslab aqui.