A importância da dosagem da hemoglobina glicada no controle de patologias
A monitorização do controle de glicose sanguínea através do método da hemoglobina glicada trouxe um avanço e melhoria em resultados laboratoriais e uma garantia de prevenção a complicações causadas por índices glicêmicos altos.
Atualmente, existem alguns testes laboratoriais que são realizados para fins de diagnóstico e monitoramento com análises laboratoriais, utilizando marcadores como a glicemia de jejum, glicemia aleatória, glicemia pós-prandial, teste de tolerância oral a glicose e a dosagem da hemoglobina glicosilada (HbA1C). A hemoglobina glicosilada, vem sendo introduzida na prática clínica desde 1958, mas passou a ser realmente aceita pela comunidade científica apenas em 1993, após a realização de diversos ensaios clínicos, que vieram a comprovar a sua eficácia, pelo Diabetes Control ComplicationsTrial (DCCT), e o United Kingdom Prospective Diabetes Study (UKPDS).
A hemoglobina glicosilada ou glicada é uma fração da hemoglobina (HbA1C), presente nos eritrócitos humanos (hemácias), que se liga à glicose que ela incorpora a partir do sangue. Este tipo de hemoglobina é formado a partir de reações não enzimáticas entre a hemoglobina e a glicose. Portanto, quanto maior a taxa de glicose livre no sangue, maiores os valores de hemoglobina glicosilada. Já a hemoglobina é uma proteína presente nos glóbulos vermelhos (compõe o sangue), que possuí como função o transporte de oxigênio para os tecidos, auxiliando assim, no metabolismo no organismo.
O exame da hemoglobina glicosilada é usado no diagnóstico e monitoramento da Diabetes mellitus tipo 1e tipo 2, mas também pode ser utilizado como checkup normal em uma consulta clínica, pois a diabetes pode permanecer assintomática por algum tempo. O nível de hemoglobina glicosilada é aumentado nas células vermelhas(eritrócitos), de pessoas com diabetes mal controlada, uma vez, que a glicose permanece ligada à hemoglobina por toda a vida da célula vermelha no sangue, em período de 90 a 120 dias, o que irá refletir os últimos três meses do aumento da glicose.
Este exame é coletado no tubo roxo, onde será realizado a dosagem da hemoglobina glicosilada, após a coleta o material deve ser homogeneizado e acondicionado para a etapa posterior de triagem e a realização do exame. Figura 1: Tubo de coleta da hemoglobina glicosilada.
Este exame pode ser solicitado devido alguns relatos clínicos observados em alguns sintomas ou condições como, sede excessiva, fome excessiva, glicemia de jejum acima do normal, desidratação, tonteiras, mal-estar, urinar diversas vezes ao dia ou a perda de peso apesar da ingestão de alimentos, náuseas, desmaios etc. Após a realização do exame, o médico irá avaliar, levando-se em conta fatores como idade, tempo de diabetes, presença de complicações, riscos de hipoglicemias.
É importante a realização do diagnóstico e acompanhamento precoce, pois a elevação da taxa de glicemia sanguínea ocasiona complicações, afetando assim, os rins, nervos e problemas macro e microvasculares e de coagulação sanguínea. Vale ressaltar que qualquer exame deve ser avaliado por um médico, para acompanhamento do paciente e direcionamento de fins profiláticos que venham contribuir com a melhora do mesmo.
Autor(a): Juliana Oliveira
Referências bibliográficas:
- DIEHL, L.A. Diabetes: hora de rever as metas? Arquivos Brasileiros de Endocrinologia Metabobolia, v.57, n.7, p.545-549, 2013.
- DCCT Research Group. Diabetes Control and Complications Trial (DCCT). The effect of intensive treatment of intensive treatment of diabetes on the development and progression of long-term complications in insulin-dependent diabetes mellitus. N Engl J Med. 1993; 329:977-986
- MENEZES, M.G.S et al. Determinação de HbA1C por CLAE: interferência de variantes de hemoglobinas S e C e alta concentração de HbF. Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial, v.48, n.5, p. 337-344, 2012.
- Site do DB Diagnóstico do Brasil.