Automação em Urinálise
Historicamente, acredita-se que a medicina laboratorial teve início com a realização de observações do aspecto da urina. Desde o período Paleolítico, o ato de examinar a urina tem sido um método utilizado como tentativa de diagnosticar e estabelecer o tratamento das mais diversas doenças.
A urinálise é um importante exame de triagem diagnóstica em laboratório clínico, com importante papel no diagnóstico e monitoramento de condições nefrológicas, urológicas e hepáticas. A análise microscópica do sedimento da urina é a metodologia de urinálise mais amplamente aceita. No entanto, esta metodologia demorada está associada a diversos erros analíticos. Nos últimos 25 anos, novas tecnologias automatizadas reduziram muito a intensidade de trabalho do exame de urina e surgiram novas possibilidades técnicas.
O início da automação em Urinálise se deu com o surgimento dos leitores das tiras reativas e, atualmente, o exame de urina pode ser realizado por método manual, semiautomatizado ou totalmente automatizado. Automação em urinálise é uma temática que vem ganhando espaço no contexto da medicina laboratorial. Cada vez mais buscam-se recursos tecnológicos para otimização das rotinas
A escolha do método depende do porte do laboratório, do custo-benefício e da população atendida, lembrando que a automação da análise química evita as discrepâncias entre resultados emitidos por analistas diferentes e os erros analíticos inerentes aos métodos convencionais e que, a análise microscópica automatizada melhora a reprodutibilidade do exame e permite uma maior padronização. No entanto, ressalta-se a importância de equipe profissional experiente atuando lado a lado para permitir a liberação automática ou realizar a revisão microscópica quando necessária.
De forma geral, a maior vantagem dos aparelhos automatizados é a padronização dos resultados e a realização de grandes rotinas em pouco tempo. A automação tem alta capacidade de processamento, o que seria impraticável se realizadas pelos métodos manuais. Além disso, permitem contagens de diversos elementos e por unidade de volume.
A Erba Mannheim oferece no seu portfólio o LAURA XL (Fig. 1), uma solução totalmente automatizada para urinálise (química e sedimento). Nessa tecnologia a sedimentação por gravidade elimina a necessidade de cubetas descartáveis, de alto custo, para cada amostra. Ao invés disso, o LAURA XL, utiliza cubetas reutilizáveis, lavadas pelo próprio sistema, o que gera menor custo e descartes, quando comparados aos sistemas que usam centrifugação.
Além disso, favorece a padronização e evita a perda ou destruição de elementos importantes presentes na urina. Outra grande vantagem do sistema LAURA XL, é a realização de capturas de imagem digital, possibilitando, pelo analista, a verificação das imagens armazenadas na memória do aparelho. Isso reduz a taxa de revisão de amostras pelo método convencional de microscopia.
Referências:
Oyaert M, Delanghe J. Progress in automated urinalysis. Ann. Lab. Med. 2019.
Becker GJ, Garigali G, Fogazzi GB. Advances in Urine Microscopy. Am J Kidney Dis. 2016
Strasinger, S.K.; Di Lorenzo, M. S. Urinalysis and body fluids. 6 ed. F A Davis, 2014.