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Dengue: Principais Cuidados, Diagnóstico e Tratamento

O sol e as chuvas torrenciais são fenômenos da natureza que favorece a proliferação de arbovirose, doenças causadas por arbovírus que são transmitidos aos seres humanos por mosquitos. Entre as arboviroses presentes no Brasil estão: Dengue, Zika, Chikungunya e Febre Amarela.

O vírus da dengue pertence à família Flaviviridae e ao gênero Flavivirus, e possui quatro subtipos: 1, 2 , 3 e 4. Isso significa que uma pessoa pode ser infectada pelo vírus pelo menos quatro vezes. O aparecimento das manifestações mais graves da doença, como a febre hemorrágica, causa preocupações devido ao alto índice de fatalidade.

A fim de diminuir os casos de transmissão de Dengue e não sobrecarregar os sistemas de saúde os cuidados com o Aedes aegypti e o Aedes albopictus, mosquitos transmissores do vírus da Dengue, devem ser redobrados.

A transmissão se faz pela picada do Aedes aegypti, no ciclo homem – Aedes aegypti – homem. Após um repasto de sangue infectado, o mosquito fica apto a transmitir o vírus, depois de 8 a 12 dias de incubação. A transmissão mecânica também é possível, quando o repasto é interrompido e o mosquito, imediatamente, se alimenta num hospedeiro suscetível próximo. Não há transmissão por contato direto de um doente ou de suas secreções com uma pessoa sadia, nem de fontes de água ou alimento.

Quando se trata de período de incubação, tempo em que o paciente leva para manifestar os primeiros sintomas da doença, pode variar de 3 a 15 dias, a média costuma ser de 5 a 6 dias. No caso do período de transmissibilidade, a transmissão pode ocorrer enquanto houver presença do vírus na corrente sanguínea. Este período começa um dia antes do aparecimento da febre e vai até o 6º dia da doença.

Todas as pessoas estão suscetíveis a serem infectadas pela doença e o risco de desenvolver a dengue grave é mais associado à infecção secundária, com complicações que podem levar à morte. A sintomatologia da Dengue pode ser dividida entre leve, moderada e grave. Os principais sintomas e sinais de alarme são:

Sintomas principais

  • Febre alta > 38.5ºC
  • Dores musculares intensas
  • Dor ao movimentar os olhos
  • Mal-estar
  • Falta de apetite
  • Dor de cabeça
  • Manchas vermelhas no corpo

Sinais de alarme

  • Dor abdominal intensa e contínua ou dor à palpação do abdome
  • Vômitos persistentes
  • Acumulação de líquidos (ascites, derrame pleural, derrame pericárdico)
  • Sangramento de mucosa ou outra hemorragia
  • Aumento progressivo do hematócrito
  • Queda abrupta das plaquetas

O diagnóstico da Dengue é realizado pelo médico com base nos sintomas apresentados e exames laboratoriais incluindo sorologia e biologia molecular. Para triagem são utilizados testes imunocromatográficos, também conhecidos como testes rápidos que consegue detectar a positividade para o vírus da dengue. Testes de hemograma para observação da contagem de leucócitos e plaquetas, testes de coagulograma e bioquímica (Albumina, TGO e TGP) são utilizados para avaliação e acompanhamento do quadro do paciente.

Não há tratamento específico para a Dengue, os medicamentos empregados tratam apenas os sintomas com analgésicos e antitérmicos. Em caso de positivo para dengue, os médicos recomendam: repouso, ingestão de água e não se automedicar. Lembrando que os casos são tratados individualmente, sempre de acordo com avaliação de um profissional de saúde. Esta avaliação é de extrema importância para evitar a evolução da doença para os casos mais graves e que podem levar à óbito.

A proliferação do mosquito da Dengue deve ser realizada para diminuir a contaminação. Os vetores artrópodes, como o Aedes aegypti, são mosquitos extremamente adaptáveis ao meio urbano, cujos ovos são resistentes às alterações climáticas. Qualquer água parada pode se tornar um criadouro em potencial para a proliferação do mosquito, como em vasos de plantas, galões de água, pneus, garrafas plásticas, piscinas sem uso e sem manutenção e até mesmo em recipientes pequenos, como tampas de garrafas. A principal forma de prevenção é o combate aos mosquitos, eliminando os criadouros. Veja as formas:

  • Manter a caixa d’água fechada.
  • Manter tonéis e barris d’água fechados.
  • Lavar semanalmente os tanques de água com água e sabão.
  • Encher os pratos das plantas com areia.
  • Coloque objetos que podem acumular água no lixo.
  • Coloque o lixo em sacos plásticos e mantenha a lixeira bem fechada.
  • Mantenha as calhas limpas.
  • Não deixe água acumulada sobre a laje.
  • Use repelentes e inseticidas.
  • Utilize roupas que minimizem a exposição da pele.
  • Use mosquiteiros e proteção de tela para as janelas.

Referências:

Brasil. Ministério da Saúde. Fundacão Nacional de Saúde. Dengue: aspectos epidemiológicos, diagnóstico e tratamento / Ministério da Saúde, Fundação Nacional de Saúde. – Brasília: Fundação Nacional de Saúde, 2002. 20p.: il. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos, nº 176)

Tauil, Pedro Luiz  Aspectos críticos do controle do dengue no Brasil. Cadernos de Saúde Pública [online]. 2002, v. 18, n. 3 [Acessado 25 Abril 2022] , pp. 867-871. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0102-311X2002000300030>. Epub 02 Out 2002. ISSN 1678-4464. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2002000300030.